Acabei de ler o livro do premiadíssimo autor e jornalista Michael Pollan “Como Mudar a Sua Mente”, o qual me motivou a escrever este artigo. A parte científica do livro, obtida através de entrevistas com vários cientistas da área, é um pouco abstrusa, mas vale a pena o esforço para compreender este importante tema. Eis aqui uma síntese (bastante inadequada devido ao limitado espaço e a limitada capacidade do autor) e alguns comentários filosófico-espirituais, que espero que possam motivar o leitor a estudos mais profundos. Este é sempre o motivo principal dos artigos e pensamentos que escrevo: despertar as pessoas para o espiritual, para dar maior sentido à vida.
O livro nos conta um pouco da
saga dos cientistas, pioneiros e atuais, que fizeram e que continuam fazendo
experiências com a Psilocibina, o LSD e alguns outros psicodélicos, no
tratamento de distúrbios psicológicos, como a depressão, vários tipos de vícios
e também para o alívio emocional de doentes terminais de câncer. Estudos sérios,
começados nas décadas de 50, 60 e princípios de 70 do século passado, tiveram
que ser interrompidos, por leis criadas para combater o uso de drogas, que se
tornaram ilegais, devido ao abuso de uma geração, ainda fascinada pela
conquista de uma liberdade antes tão reprimida. Somente em meados da década de
90 do mesmo século novos estudos foram iniciados, agora com maiores
possibilidades de sucesso, devido às novas tecnologias do novo milênio.
Sintetizando o que consegui
compreender do livro: Devido às novas experiências e descobertas da ciência
atual, pode-se dizer que ela conseguiu definir bem o que é o ego e provar que
alguma coisa (Consciência, Alma?) continua a existir após a sua dissolução.
Coloridas imagens computadorizadas mostram várias áreas do cérebro, cada uma
responsável por algum setor e diversas funções. As imagens mostram também que
existe uma área central, que é responsável por todas as outras, coordenando os
milhares de informações, internas e externas, que chegam ao cérebro a todo
instante. Sem esta área central – o ego – nosso cérebro seria um verdadeiro
caos, perdido entre milhões de informações desencontradas.
Acontece que algumas drogas psicodélicas,
assim como a meditação (a verdadeira meditação, conseguida por poucos) e alguns
arroubos místicos inexplicáveis, conseguem “dissolver”, por certo tempo, este
comando central. Assim que esse ego dissolve (explode em milhões de pedacinhos,
segundo a experiência de alguns), alguma coisa (Consciência, Alma?) passa a
experimentar um mundo completamente novo, inexplicável. Um mundo de amor,
beleza e paz incapaz de ser expresso em palavras... Quando não leva a uma “bad
trip” (má viagem). A “bad trip” é sempre uma possibilidade no uso de drogas,
embora ela seja bastante diminuída, quando a experiência é guiada por
especialistas, em consultórios e ambientes propícios (e, na minha opinião,
quando feita com elevadas intenções).
De acordo com os ensinamentos dos
Mestres, a Hierarquia é contra o uso de drogas alucinógenas para alterar
estados de consciência. Eu, pessoalmente, acho que Ela é contra o mau uso de
qualquer tipo de droga e que, nos casos específicos destas novas experiências,
que estão sendo feitas por capacitados homens de bem, para o alivio da dor
humana, Ela as aprovaria. Afinal, existe alguma coisa mais importante do que o
amor? Quem poderia distinguir com certeza o que é uma alucinação ou uma
realidade, vivida por uma consciência livre das limitações do ego? Quem, com
certeza, poderia afirmar que nada existe após a aniquilação do ego? Quem
poderia afirmar com certeza o que é uma ilusão e não uma experiência real
vivida pela Consciência, que permanece, após a dissolução do ego?
Eu não acho que, após estas
experiências de aniquilação temporária do ego, algo persista: eu confirmo
categoricamente esta possibilidade; não por ouvir falar, mas pela vivencia
deste sagrado momento. Todo aquele que ler um artigo meu de poucos anos atrás
(Sobre Milagres IV – Um Êxtase), verá relatado o meu testemunho (muito parecido
com o de vários pacientes entrevistados no livro de Pollan), de que logo após a
perda do meu sentido de eu, Eu (algo além do ego) me tornei um oceano de amor
sem margens, um Todo, Onisciente, identificado com tudo, melhor... sendo tudo! Mergulhado
em uma “Luz”, uma “Alegria” e uma “Paz” indescritíveis. Eu não acho que êxtases
são prerrogativas de homens santos e perfeitos. Acho que Deus não faz distinção
entre os Seus filhos e os ama com igual amor, pois sabe da fragilidade humana e
que todo mal é passageiro! Um verdadeiro amor inegoísta aliado a uma
sinceridade de propósitos e uma busca persistente, alicerçado sobre um direito
cármico (quase sempre oriundo de passadas encarnações): eis o que acho ser
necessário para uma inefável experiência espiritual, que há de afastar para
sempre o medo da morte (o que aconteceu há vários pacientes terminais, assim
como aconteceu comigo).
Meu irmão, se almejas viver como
Alma, livre-se da vaidade, o superalimento do ego.
E, lembre-se sempre! A Alma é o Rei que nunca adentra a casa do Seu servo – o ego – sem ser convidado.
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.
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