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sábado, 26 de junho de 2021

O EGO

Acabei de ler o livro do premiadíssimo autor e jornalista Michael Pollan “Como Mudar a Sua Mente”, o qual me motivou a escrever este artigo. A parte científica do livro, obtida através de entrevistas com vários cientistas da área, é um pouco abstrusa, mas vale a pena o esforço para compreender este importante tema. Eis aqui uma síntese (bastante inadequada devido ao limitado espaço e a limitada capacidade do autor) e alguns comentários filosófico-espirituais, que espero que possam motivar o leitor a estudos mais profundos. Este é sempre o motivo principal dos artigos e pensamentos que escrevo: despertar as pessoas para o espiritual, para dar maior sentido à vida.

O livro nos conta um pouco da saga dos cientistas, pioneiros e atuais, que fizeram e que continuam fazendo experiências com a Psilocibina, o LSD e alguns outros psicodélicos, no tratamento de distúrbios psicológicos, como a depressão, vários tipos de vícios e também para o alívio emocional de doentes terminais de câncer. Estudos sérios, começados nas décadas de 50, 60 e princípios de 70 do século passado, tiveram que ser interrompidos, por leis criadas para combater o uso de drogas, que se tornaram ilegais, devido ao abuso de uma geração, ainda fascinada pela conquista de uma liberdade antes tão reprimida. Somente em meados da década de 90 do mesmo século novos estudos foram iniciados, agora com maiores possibilidades de sucesso, devido às novas tecnologias do novo milênio.

Sintetizando o que consegui compreender do livro: Devido às novas experiências e descobertas da ciência atual, pode-se dizer que ela conseguiu definir bem o que é o ego e provar que alguma coisa (Consciência, Alma?) continua a existir após a sua dissolução. Coloridas imagens computadorizadas mostram várias áreas do cérebro, cada uma responsável por algum setor e diversas funções. As imagens mostram também que existe uma área central, que é responsável por todas as outras, coordenando os milhares de informações, internas e externas, que chegam ao cérebro a todo instante. Sem esta área central – o ego – nosso cérebro seria um verdadeiro caos, perdido entre milhões de informações desencontradas.

Acontece que algumas drogas psicodélicas, assim como a meditação (a verdadeira meditação, conseguida por poucos) e alguns arroubos místicos inexplicáveis, conseguem “dissolver”, por certo tempo, este comando central. Assim que esse ego dissolve (explode em milhões de pedacinhos, segundo a experiência de alguns), alguma coisa (Consciência, Alma?) passa a experimentar um mundo completamente novo, inexplicável. Um mundo de amor, beleza e paz incapaz de ser expresso em palavras... Quando não leva a uma “bad trip” (má viagem). A “bad trip” é sempre uma possibilidade no uso de drogas, embora ela seja bastante diminuída, quando a experiência é guiada por especialistas, em consultórios e ambientes propícios (e, na minha opinião, quando feita com elevadas intenções).

De acordo com os ensinamentos dos Mestres, a Hierarquia é contra o uso de drogas alucinógenas para alterar estados de consciência. Eu, pessoalmente, acho que Ela é contra o mau uso de qualquer tipo de droga e que, nos casos específicos destas novas experiências, que estão sendo feitas por capacitados homens de bem, para o alivio da dor humana, Ela as aprovaria. Afinal, existe alguma coisa mais importante do que o amor? Quem poderia distinguir com certeza o que é uma alucinação ou uma realidade, vivida por uma consciência livre das limitações do ego? Quem, com certeza, poderia afirmar que nada existe após a aniquilação do ego? Quem poderia afirmar com certeza o que é uma ilusão e não uma experiência real vivida pela Consciência, que permanece, após a dissolução do ego?

Eu não acho que, após estas experiências de aniquilação temporária do ego, algo persista: eu confirmo categoricamente esta possibilidade; não por ouvir falar, mas pela vivencia deste sagrado momento. Todo aquele que ler um artigo meu de poucos anos atrás (Sobre Milagres IV – Um Êxtase), verá relatado o meu testemunho (muito parecido com o de vários pacientes entrevistados no livro de Pollan), de que logo após a perda do meu sentido de eu, Eu (algo além do ego) me tornei um oceano de amor sem margens, um Todo, Onisciente, identificado com tudo, melhor... sendo tudo! Mergulhado em uma “Luz”, uma “Alegria” e uma “Paz” indescritíveis. Eu não acho que êxtases são prerrogativas de homens santos e perfeitos. Acho que Deus não faz distinção entre os Seus filhos e os ama com igual amor, pois sabe da fragilidade humana e que todo mal é passageiro! Um verdadeiro amor inegoísta aliado a uma sinceridade de propósitos e uma busca persistente, alicerçado sobre um direito cármico (quase sempre oriundo de passadas encarnações): eis o que acho ser necessário para uma inefável experiência espiritual, que há de afastar para sempre o medo da morte (o que aconteceu há vários pacientes terminais, assim como aconteceu comigo).

Meu irmão, se almejas viver como Alma, livre-se da vaidade, o superalimento do ego.

E, lembre-se sempre! A Alma é o Rei que nunca adentra a casa do Seu servo – o ego – sem ser convidado. 


Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.

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