Um dos maiores empecilhos ao
progresso humano é que, muitas vezes, a evolução espiritual não consegue
acompanhar a evolução intelectual. Isto acontece porque a Alma – devido à Lei
do Livre Arbítrio – é obrigada a aceitar a vontade do ego que, na maioria das
vezes, usa mal o poder da mente, de uma forma egoísta, apenas em beneficio
próprio, ao invés de uma forma altruísta, em beneficio do Todo, que é o
verdadeiro motivo da sua criação.
Embora seja inquestionável o
progresso humano em relação ao seu bem estar, principalmente físico, muitos
retrocessos, principalmente em valores espirituais, foram perpetrados em nome
do conforto material.
Um dos maiores retrocessos da
humanidade é a forma como ela atualmente trata os seus velhinhos. Enquanto no
passado a velha geração era bastante respeitada e colocada no ápice da
sociedade, devido à sua experiência de vida, atualmente, o desrespeito e a
indiferença em relação aos idosos são a tônica das gerações mais novas. Hoje em
dia, o fácil acesso ao conhecimento, através dos livros e principalmente da
internet, faz do idoso mais um fardo do que uma benção. Quanta estupidez, meu
Deus! Mesmo com o enciclopédico conhecimento contido na sua gigantesca memória,
um computador será sempre incapaz de possuir o menor grau de sabedoria. A
sabedoria é uma qualidade humana impossível de ser adquirida por uma máquina,
pois a sabedoria é uma virtude da Alma. Por mais extraordinária que possa chegar
a ser uma máquina do futuro, ela jamais possuirá uma Alma, pois a Alma é um
atributo do Homem Total – Ego, Alma e Espirito.
Além disso, onde se encontra a
gratidão aos mais velhos? Poderia a atual geração de jovens e adultos serem o
que são hoje, cultura e intelectualmente, e possuírem o que hoje possuem –
excessivos bens materiais – se não fosse o trabalho e os esforços da 3ª idade?
Antigamente, os velhos findavam os seus dias em meio ao afeto familiar; já hoje
em dia muitos deles são abandonados à solidão e ao esquecimento, fazendo com
que a humanidade chegue a um dos seus pontos mais baixos. Não raramente, as
mídias de vários países, ditos ricos e desenvolvidos, noticiam o encontro –
para vergonha da humanidade – de cadáveres mumificados (ás vezes há vários
anos) de velhinhos abandonados e esquecidos pela família e pela sociedade.
Eis o que eu, um homem de
sessenta e quatro anos e, portanto, tecnicamente um idoso, ou quase lá (60 ou
65?), tenho a dizer sobre tudo isto:
Aos jovens e adultos (já que as
crianças sempre mantêm vivo, em seus coraçãozinhos, o amado arquétipo do vovô)
digo: Vivam corretamente as suas vidas e aproveitem bem as dádivas que ela vos
dá, sem vos esquecer, porém, que o tempo jamais os esquecerá e que um idoso é o
vosso reflexo amanhã.
Aos companheiros de geração digo:
Jamais se deixem abater ou se escondam atrás de um complexo de futilidade, de
um cansaço físico (real ou imaginário), de um imaginário cansaço emocional ou
mental – já que a emoção e a mente jamais envelhecem – ou de um mórbido sentido
de “Acabou! Resta-me apenas aguardar uma boa morte”. Se difícil e cansativa se
tornou a ação física, jamais nos esqueçamos de que acima dela há a ação
emocional; que acima da ação emocional há a ação mental e que, para a glória do
homem, acima da ação mental há a ação espiritual. Porque então nos sentirmos
inúteis, quando podemos sentir, pensar e rezar? Tanto nossas ações no plano
físico, como nossos sentimentos no plano astral e nossos pensamentos no plano
mental, afetam para o bem ou para o mal a toda humanidade, da qual todo homem é
uma célula viva e ativa.
Eis o que diz sobre este tema o
Mestre Djwall Khull – O Tibetano – em nome de toda Hierarquia: “Uma das coisas
que um Mestre mais ressente nos seus Discípulos é que quando Eles estão mais
preparados e mais sábios, em melhores condições para servir a Hierarquia e a humanidade,
geralmente após os cinquenta anos, Eles se deixam levar por reais ou
imaginários sintomas, inevitáveis desgastes do tempo, hipervalorizando cansaços
e dorzinhas, minimizando assim o seu potencial de trabalho e ajuda a um mundo
tão sofrido. Geralmente, os Discípulos mais sábios e produtivos se encontram em
corpos físicos acima dos sessenta anos.”
Agora, o mais importante de tudo
é não vivermos apenas como egos, mas vivermos como aquilo que verdadeiramente
somos: ALMAS.
UMA ALMA JAMAIS ENVELHECE!
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.