Não
existe nada mais prejudicial à evolução espiritual do que a humana indiferença,
assim como nada mais indispensável do que a divina indiferença. Só o verdadeiro
discernimento pode livrar a alma da prisão momentânea em que se encontra na
Terra e voltar experiente à Casa do Pai, sua verdadeira morada celestial.
O
homem deve aprender a combater o mal sem desenvolver o ódio. Ele não pode ser
indiferente às consequências do mal, e nem de se eximir da responsabilidade de
combatê-lo, mas deve manter-se neutro ou divinamente indiferente em relação a
si mesmo, pois ele deve saber-se uma alma imortal não um ego transitório no
jogo da vida, sob a pena de identificar-se com a situação, sentir-se ofendido e
passar a odiar, causando assim um mal maior, pois ele é uma célula viva no
corpo da humanidade, e tudo o que ele faz, sente, deseja ou pensa a afeta
inevitavelmente.
Sejamos
mais explícitos. Citemos como exemplo a terrível crise por que passa atualmente
a sociedade brasileira “lembrando que os momentos de crise são também momentos
de oportunidade e evolução”. Muito grande é o mal causado por eminentes indivíduos
das classes políticas, afetando maleficamente nossos poderes executivo, legislativo
e judiciário, trazendo muitíssima indignação ao povo brasileiro, e às vezes o
ódio em muitos deles. É aí que se encontra o maior e mais maléfico problema.
Sem dúvida nenhuma as funestas ações destes irmãos caídos fazem muito mal a
toda sociedade, mas quem pode medir o mal que o ódio faz à alma do nosso povo?
Povo conhecido em todo mundo por sua hospitalidade e amorosidade?
Meus
irmãos, esses outros irmãos egoístas, ambiciosos, muitas vezes arrogantes e
vaidosos não são culpados pelo ódio que muitos estão desenvolvendo por eles. São
sim culpados de vários crimes, mas não do ódio – este assassino de almas. É o
livre arbítrio que permite ao homem amar ou odiar. Se ainda não possuímos a
força para amar a todos, mesmo aos nossos inimigos “como ensinado pelo Cristo”,
busquemos dentro de nós a divina indiferença, a qual nos permitirá não nos
sentirmos ofendidos como almas e sermos assim incapazes de odiar.
Vivemos
em um mundo imperfeito, com miríades de almas em evolução, e por isso mesmo inevitavelmente
imperfeitas. Como evitar as desavenças, as brigas, as guerras com seus corolários
de sofrimento e ódio a não ser vivendo como almas que a tudo perdoam,
indiferentes as agressões do ego errático, veículo imperfeito de uma alma irmã
ainda jovem e inexperiente?
Será
que um dia a humanidade, os bilhões de Cristos individuais, conseguirá
compreender as palavras do Cristo Cósmico quando disse a dois mil anos atrás: “EU
não vim para buscar os virtuosos, mas para resgatar os pecadores!”
Sorria!
– O sorriso iguala as pessoas.