O homem que preza mais os
tesouros materiais do que os tesouros espirituais é tão ignorante dos reais
valores, quanto aquele macaco que perdeu a liberdade ao não abrir mão de
algumas sementes, ao meter a mão na cumbuca. Porém, é muito mais insensato,
pois tendo uma capacidade mental muito maior do que o infeliz símio, a usa mal
na avaliação do mais precioso.
É natural um certo egoísmo na
criança ainda sem valores, que se identifica com o seu corpo físico. Também é
natural um desproporcional senso de valores na juventude, quando o jovem começa
a moldar o seu corpo emocional. É até mesmo aceita uma certa ambição material
do homem no começo da sua vida adulta, na aurora do desenvolvimento do seu copo mental. Mas, sem dúvida nenhuma,
é uma distorção dos verdadeiros valores e objetivos humanos, quando o homem
gasta a sua vida, ou a maior parte dela, na busca de tesouros materiais. Não existe
nada mais triste, considerado até mesmo como uma injustiça, do que ver um
ancião “bem sucedido na vida” definhar de tristeza em meio à riqueza e
“segurança”, pela qual tanto lutou a vida toda. E então? Onde a alegria... Onde
paz... Onde o sossego tão arduamente aguardado? Estas, meus irmãos, são
riquezas encontradas na leveza da alma, não no peso do ouro. É bem verdade que
o homem prudente pensa na sua velhice, mas o excesso de um bem é sempre a falta
de outro.
Nos começos da vida do homem,
como uma criança, como um adolescente ou como um adulto, um brinquedo é sempre
agitado à sua frente, para chamar-lhe a atenção. Pode ser um carrinho de
brinquedo ou um carrão de verdade, mas ambos têm o mesmo objetivo de despertar
o interesse da alma, ainda muito ou pouco adormecida, para a experiência na
matéria. O triste é quando aquilo que deveria ser apenas uma experiência de
vivencia e aprendizagem para o jovem ou o adulto torna-se o objetivo de uma
vida; e assim uma encarnação inteira é desperdiçada na conquista de ilusões.
As pessoas acham que é preciso
muito para ser rico. Tolice! Rico é aquele que tem o suficiente para fazer o
que quer. Aquele que acha que não tem o suficiente é sempre pobre. Quem vai
mais longe? O pobre que comprou a sua bicicleta usada ou aquele mais “rico” que
anda a pé, por não contentar-se em ter uma motocicleta, quando não tem o
suficiente para ter um carro? A riqueza material é sempre relativa, porque o
homem estupidamente vive sempre se comparando com o seu irmão. Não basta o meu
sentimento de saciedade, se eu não possuo aquilo que sacia a sede da maioria do
grupo a que pertenço e, juntos, eu e meu grupo invejamos aquilo que sacia as
pessoas de um outro grupo mais “rico”.
Ah! Meu irmão, meu irmão... Até
quando brincará como criança nas areias da praia, construindo castelos, que
serão rapidamente destruídos pela próxima onda? Não sabe que castelos só
perduram na rocha do Espírito? Acha mesmo, que a casa que constrói com tanto
carinho e afinco durará mais do que o próximo breve momento? Não tente fazer
morada em lugares que apenas visita, tua casa é mais além... Eu e você somos
filhos das estrelas, as quais todas as noites nos lembram: "Há muitas moradas na Casa do nosso Pai" - Bíblia Sagrada.
Mas, enquanto formos crianças, dividamos nossos brinquedos, compartilhemos
nossas alegrias e, principalmente, dai-me sempre o seu sorriso, pois ele sempre
me lembra de que eu não estou sozinho nesta imensa praia, tantas e tantas vezes
açoitadas por tempestades, a destruir nossos sonhos tão mesquinhos.
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.