Paremos todos nós que chegamos à
terceira idade (como egos), de nos preocuparmos com a opinião alheia. É chegada
a hora de sairmos do juízo do mundo, com as suas justiças e injustiças, e nos
entregarmos à infalível justiça do nosso Eu Superior, nossa Alma, que tem
gravada em Sua memória todos os nossos atos, não só desta vida, como também de
milhares de encarnações anteriores.
A terceira idade não é época para
vaidades, que nada mais são do que nuvens negras a impedir a luz do Sol
Interior: A terceira idade é a época de pesarmos, longe de olhos mundanos e
apenas sob o olhar da nossa própria Consciência, tudo aquilo que acumulamos e
tudo aquilo que ofertamos durante as nossas duas primeiras idades. Se porventura
(como quase sempre acontece com a maioria dos homens), o prato esquerdo da
balança, onde foi colocado o que acumulamos, pesar mais do que o prato direito,
onde foi colocado o que ofertamos, temos agora, ao anoitecer de mais uma breve
existência, a oportunidade para equilibrar os nossos erros e as nossas ambições.
É a sagrada Lei do Livre Arbítrio
que permite, por um certo período de tempo, que um homem sinta-se separado do
Todo e se iluda, achando-se maior e mais importante do que verdadeiramente é: apenas
uma célula, entre os vários bilhões (encarnadas ou não) que compõe, juntas, o
corpo da Humanidade. Deveria o ator que dramatiza o rei sentir-se maior do que
o seu colega, que dramatiza o mendigo? Não é todo homem apenas um personagem
passageiro do drama atual, entre milhares de dramas já vividos e outros tantos ainda a serem vividos pela Alma? Não é a vida
do homem apenas a flor de um dia na vida da Alma? Vaidades, vaidades! Nada além
de vaidades! Como disse o salmista, um poderoso rei da antiguidade, que procurou
cumprir com beleza e justiça o seu papel no drama da época.
Ah, meu irmão, meu irmão, que
assim como eu chega ao crepúsculo do dia, com o corpo cansado e a mente lúcida,
responda-me com sinceridade: Como usastes os talentos, com os quais adentrastes
à vida pela manhã? Colhestes mais do que destes? Pois eis chegado o momento de
agradecer, de pesar e voltar a equilibrar os pratos da balança. Se fostes um
dos muitos poucos, em que o dar foi maior do que o receber, bendito sejas, pois
a Lei do Amor jamais esquece os seus seguidores. Se fostes como a maioria e
pensastes mais em ti e em tua família consanguínea, do que em tua família maior
– a Humanidade e os irmãozinhos dos outros reinos abaixo do teu – não te
desesperes, pois ainda resta ao velho a chance de redimir o jovem e o adulto...
Sempre haverão pequeninos, para absorverem um amor latente e mal distribuído.
Porventura não são também nossos irmãos todos aqueles que sofrem, perto ou longe?
Deixam de ser nossos irmãos todos aqueles que possuem uma diferente cor de pele,
moram em outro país ou falam outra língua? Não são filhos da mesma Mãe Natureza
– e portanto irmãos – todas as criaturas, de todos os reinos? Cabe ao homem, no
seu anoitecer, dividir a sua herança, material e espiritual, não só entre
aqueles mais próximos, que o amam e por ele são amados, mas também entre
aqueles que tiveram negado a sua porção de amor, devido à ignorância de uma
Humanidade em evolução e, por isso mesmo, ainda egoísta e separatista. Não
existem diferenças no mundo espiritual da Alma, apenas no mundo material do
homem, reflexo distorcido e inacabado do Deus que se tornará um dia.
Sorria! – O Sorriso iguala as
pessoas.
Não so bonito e profundo
ResponderExcluirMas verdadeiramente instigando
Para os neófito da terceira idade