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sábado, 1 de fevereiro de 2020

SOBRE O NADA



Hoje, na minha cotidiana caminhada matinal, ocorreu um fato que me aprofundou um pouco mais em uma questão que sempre me incomodou, assim como incomoda a todos os buscadores, incluindo aí os filósofos de todos os tempos: O que é a realidade?

Bem cedinho (como sempre) iniciei o meu percurso habitual, com a diferença de que devido às chuvas de ontem e o imenso calor do verão, uma espessa neblina se formou pela manhã, através da qual se podia enxergar apenas poucas dezenas de metros à frente. Ao chegar ao topo de uma colina que faz parte do trajeto, onde às vezes faço uma pequena pausa para apreciar uma vista parcial da cidade, eu busquei pelo menos uma visão parcial da minha costumeira visão matutina. Porém, como ainda era muito cedo para carros e pedestres, mas não tão cedo para os amantes do silêncio, à esta pausa auditiva somou-se uma pausa visual. Mergulhado momentaneamente em uma densa e fresca neblina, eu me perguntei se Varginha realmente existia. Será que a realidade é somente aquilo que podemos constatar com os nossos humildes sentidos humanos? Varginha existiria para um forasteiro andarilho, que passasse pela primeira vez por este mesmo caminho e neste mesmo momento que agora vivencio? O que é a lembrança, este misterioso talento, que me dá a certeza de que além deste nada em branco na minha frente existe uma cidade com milhares de habitantes? O fato de eu já ter vivenciado esta cidade. Embora a imaginação possa elevar o homem a cumes impossíveis a todos os outros milhões de animais, a realidade só se torna uma verdade quando vivida. Foi a minha vivência anterior que me permitiu asseverar que existia uma cidade no meio daquele nada.

Apenas há centenas de anos atrás, o homem achava que era o centro do Universo e que as estrelas eram apenas penduricalhos posto no céu por Deus, para embelezar as noites da sua criação. Galáxias, quasares, buracos negros, matéria escura etc. etc. eram nada, por não serem conhecidos ou mesmo imaginados pelos homens mais inteligentes da época. Hoje o homem médio moderno, que conhece todas estas coisas baseado em visões dos seus olhos artificiais – o telescópio - acha que apesar disto o Universo é um grande vazio com muito “nada” preenchendo um imenso vácuo. Mas também eles estão enganados, assim como os seus irmãos de antanho, pois além das evidencias de potentes telescópios para luz visível (como o Hubble por exemplo), que constataram imensos vazios no Universo, hoje novos olhos artificiais da humanidade (telescópios de raios gama, de raios x, de calor e outros) podem constatar que todo o Universo é preenchido, e que não existe vazio nem mesmo nos seus mais longínquos confins. Uma das imagens mais bonitas que eu já vi até hoje é uma foto de imagens sobrepostas, tiradas pelos vários tipos de telescópios (usando cada um o seu próprio tipo de luz: visível, infravermelha ou ultravioleta), de uma região com milhões de Galáxias, onde uma infinidade de cores e nuances preenche todo o espaço, lembrando forças e energias labutando a vida dentro de um ovo.

O Nada não existe! A não ser como nos ensina um antiguíssimo Upanishad: “Tudo veio do Nada”, que considera o Nada como mais um nome para Deus, ou algum outro dos vários nomes com que a humanidade rotula o Inominável.

Há poucos dias acabei de ler dois livros magníficos, elaborados por uma mente realmente privilegiada – Yuval Noah Harari, (que recomendo como joias do imenso intelecto humano): Sapiens e Homo Deus. O único defeito deste talentoso autor, dono de imensos conhecimentos catedráticos é, infelizmente, um defeito muito comum às mentes privilegiadas: O de julgar o tamanho do céu pela ampla visão de imensas planícies que observa sob os cumes da montanha, que com tantos esforços galgou. Afirmar, como o faz em parte do seu livro, que Deus, Espíritos e Almas, não existem, e que são apenas confortos criados pela mente homem em meio aos tormentos da vida é de uma arrogância inaceitável, para quem sabe tão bem que tudo evolui e que nada pode ser considerado definitivo. Assim como foi provado que o Sol não gira em torno da Terra, chegará o tempo em quem será provado que a realidade não gira em torno da mente. Deus não pode jamais ser absorvido por este maior atributo humano, assim como uma gota não pode absorver o oceano. Mas, a gota pode sim dissolver-se no oceano em gloriosos momentos de êxtase. Assim corroboram milhares de experiências ao longo de milhares de anos, por todos os tipos de homens, santos, místicos ou homens comuns e humildes como este que escreve este artigo. E, afinal, como colocar em palavras aquilo que está acima da mente? Deixariam de existir bilhões de Galáxias se não fossem inventados os telescópios?

Deus não foi feito para ser conhecido pela mente, mas vivido pelo Espírito – Chispa Divina em tudo que vive.

Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.

Um comentário:

  1. É bem isso, a ciência abre novos caminhos para o conhecimento do universo, nas, é a fé que nos liga ao divino e nos faz sentir parte de um todo muito maior e indescritível.
    Mente e espírito; corpo e alma; Deus não é reconhecível pela mente, mas, deve ser vivido pelo espírito de cada um.... AMÉM!

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