Hoje, na minha cotidiana
caminhada matinal, ocorreu um fato que me aprofundou um pouco mais em uma
questão que sempre me incomodou, assim como incomoda a todos os buscadores,
incluindo aí os filósofos de todos os tempos: O que é a realidade?
Bem cedinho (como sempre) iniciei
o meu percurso habitual, com a diferença de que devido às chuvas de ontem e o
imenso calor do verão, uma espessa neblina se formou pela manhã, através da
qual se podia enxergar apenas poucas dezenas de metros à frente. Ao chegar ao
topo de uma colina que faz parte do trajeto, onde às vezes faço uma pequena
pausa para apreciar uma vista parcial da cidade, eu busquei pelo menos uma
visão parcial da minha costumeira visão matutina. Porém, como ainda era muito
cedo para carros e pedestres, mas não tão cedo para os amantes do silêncio, à
esta pausa auditiva somou-se uma pausa visual. Mergulhado momentaneamente em
uma densa e fresca neblina, eu me perguntei se Varginha realmente existia. Será
que a realidade é somente aquilo que podemos constatar com os nossos humildes
sentidos humanos? Varginha existiria para um forasteiro andarilho, que passasse
pela primeira vez por este mesmo caminho e neste mesmo momento que agora
vivencio? O que é a lembrança, este misterioso talento, que me dá a certeza de
que além deste nada em branco na minha frente existe uma cidade com milhares de
habitantes? O fato de eu já ter vivenciado esta cidade. Embora a imaginação possa
elevar o homem a cumes impossíveis a todos os outros milhões de animais, a realidade
só se torna uma verdade quando vivida. Foi a minha vivência anterior que me
permitiu asseverar que existia uma cidade no meio daquele nada.
Apenas há centenas de anos atrás,
o homem achava que era o centro do Universo e que as estrelas eram apenas penduricalhos
posto no céu por Deus, para embelezar as noites da sua criação. Galáxias,
quasares, buracos negros, matéria escura etc. etc. eram nada, por não serem
conhecidos ou mesmo imaginados pelos homens mais inteligentes da época. Hoje o
homem médio moderno, que conhece todas estas coisas baseado em visões dos seus
olhos artificiais – o telescópio - acha que apesar disto o Universo é um grande
vazio com muito “nada” preenchendo um imenso vácuo. Mas também eles estão
enganados, assim como os seus irmãos de antanho, pois além das evidencias de potentes
telescópios para luz visível (como o Hubble por exemplo), que constataram
imensos vazios no Universo, hoje novos olhos artificiais da humanidade (telescópios
de raios gama, de raios x, de calor e outros) podem constatar que todo o
Universo é preenchido, e que não existe vazio nem mesmo nos seus mais longínquos
confins. Uma das imagens mais bonitas que eu já vi até hoje é uma foto de
imagens sobrepostas, tiradas pelos vários tipos de telescópios (usando cada um
o seu próprio tipo de luz: visível, infravermelha ou ultravioleta), de uma
região com milhões de Galáxias, onde uma infinidade de cores e nuances preenche
todo o espaço, lembrando forças e energias labutando a vida dentro de um ovo.
O Nada não existe! A não ser como
nos ensina um antiguíssimo Upanishad: “Tudo veio do Nada”, que considera o Nada
como mais um nome para Deus, ou algum outro dos vários nomes com que a
humanidade rotula o Inominável.
Há poucos dias acabei de ler dois
livros magníficos, elaborados por uma mente realmente privilegiada – Yuval Noah
Harari, (que recomendo como joias do imenso intelecto humano): Sapiens e Homo
Deus. O único defeito deste talentoso autor, dono de imensos conhecimentos
catedráticos é, infelizmente, um defeito muito comum às mentes privilegiadas: O
de julgar o tamanho do céu pela ampla visão de imensas planícies que observa
sob os cumes da montanha, que com tantos esforços galgou. Afirmar, como o faz em
parte do seu livro, que Deus, Espíritos e Almas, não existem, e que são apenas
confortos criados pela mente homem em meio aos tormentos da vida é de uma
arrogância inaceitável, para quem sabe tão bem que tudo evolui e que nada pode
ser considerado definitivo. Assim como foi provado que o Sol não gira em torno da
Terra, chegará o tempo em quem será provado que a realidade não gira em torno
da mente. Deus não pode jamais ser absorvido por este maior atributo humano,
assim como uma gota não pode absorver o oceano. Mas, a gota pode sim
dissolver-se no oceano em gloriosos momentos de êxtase. Assim corroboram
milhares de experiências ao longo de milhares de anos, por todos os tipos de
homens, santos, místicos ou homens comuns e humildes como este que escreve este
artigo. E, afinal, como colocar em palavras aquilo que está acima da mente?
Deixariam de existir bilhões de Galáxias se não fossem inventados os
telescópios?
Deus não foi feito para ser
conhecido pela mente, mas vivido pelo Espírito – Chispa Divina em tudo que
vive.
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.
É bem isso, a ciência abre novos caminhos para o conhecimento do universo, nas, é a fé que nos liga ao divino e nos faz sentir parte de um todo muito maior e indescritível.
ResponderExcluirMente e espírito; corpo e alma; Deus não é reconhecível pela mente, mas, deve ser vivido pelo espírito de cada um.... AMÉM!