Eis uma experiência pessoal sobre
esta verdade dificílima de ser aceita pela mente comum: A relatividade do
tempo.” Estávamos eu, minha esposa e meu irmão, juntamente com esposa, filha e
genro, em uma prazerosa confraternização na sala de estar da minha casinha em
Varginha, quando minha cunhada pediu-me para buscar uma mala no quarto de
visitas, pois estava chegando a hora deles voltarem para casa em Belo Horizonte.
Imediatamente dirigi-me para o andar superior, peguei a mala e desci em retorno
para a sala de visita. Ao chegar ao começo da escada de sete degraus (entre
dois e três metros de comprimento), que separava os dois andares, eu tropecei...
e aí tudo aconteceu. Ao sentir que ia voar sobre a escada, a minha mente entrou
e câmera lenta (fato que me permite narrar com detalhes o que aconteceu em
poucos segundos) e eu, conscientemente, além de tomar certas providências em
décimos de segundo, pude observar com detalhes as reações das pessoas em um
drama que, felizmente, se tornou uma comédia: Ao sentir que o meu pé esquerdo
já estava no ar, enviei um impulso para a minha perna direita, para lançar o
meu corpo para frente com todas as suas forças. Sabendo que precisava da mão
direita para dar impulso sobre o corrimão, liberei-a, lançando a mala à frente,
com toda força, para vencer os dois ou três metros até o fim da escada (até
hoje o último degrau – para não me deixar mentir - guarda as marcas do acontecido). Girei meu
corpo para o lado direito, para que a minha mão esquerda pudesse empurrar o
corrimão - que ficava do lado direito - e assim aumentar a minha impulsão. Lancei
a perna esquerda para o final da escada (que pareceu-me inalcançável), abrindo
as pernas de um modo extraordinário para um senhor de sessenta e dois anos.
Alcancei o piso do primeiro andar, inteiro, embora um pouco desequilibrado,
tendo a sorte de encontrar os braços da minha cunhada, o que ajudou-me a
manter-me de pé, para receber com dignidade os “OHHHHHHS” com as bocas bem
abertas e olhos estatelados da plateia, que aflita assistia o provável desastre
que se aproximava, mas que no final tornou-se uma grande proeza. O sorriso de
satisfação de acrobata após um salto duplamente mortal, acompanhou-me por
alguns bons momentos.”
O mais interessante é que,
enquanto preocupava-me em sobreviver, eu notei em detalhes as expressões de
horror no rosto da minha cunhada ao final da escada, e das presenças do meu
irmão e do seu genro sentados no sofá a uns seis metros de distancia. Lembro-me
do grito apavorado da minha cunhada (que me assustou mais do que o voo);
lembro-me da boca aberta e o olhar de pânico do meu irmão, em contraste com o
com os olhos tranquilos e a mastigação constante do seu genro (Come bem este
menino!). Lembro-me do girar rápido da cabeça da minha esposa e da minha
afilhada ao escutarem o barulho da mala ao cair no chão, aos pés da escada.
Perguntam, incrédulas, as mentes
lógicas: Como tanta coisa pode ser conscientizada em um lapso de tempo tão
pequeno? O tempo é uma ilusão da mente criada pelos acontecimentos entre dois
momentos, assim como é uma outra ilusão o passado, o presente e o futuro. O
homem, assim como tudo no Universo, existe na Eternidade, que não é mesmo que
uma quantidade infinita de tempo, mas sim O Eterno Agora – outro nome para
Deus. O tempo não existe além das três dimensões em que habitualmente está a
consciência do homem. Quando ela se encontra na quarta dimensão – o plano
astral – geralmente em sonhos, toda uma vida pode acontecer em alguns minutos.
Quem na sua vida, devido aos cansaços dos labores da necessidade (ou do
excesso), não cochilou por alguns minutos e viveu grandes aventuras, que
pareciam durar longos períodos de tempo?
Em verdade, não é a quantidade de
tempo que determina o sucesso na vida do homem. É o momento, curto ou longo,
vivido com cuidado e intensidade em respeito ao Eterno Agora, que determinará o
sucesso de uma Vida.
Sorria! – O Sorriso iguala as
pessoas.
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