Todas as manhãs eu saio para caçar borboletas
e levo sempre comigo a minha rede:
uma bolsinha de couro com um bloquinho e uma caneta,
pois não confio nas mãos da minha mente,
para segurá-las com doçura.
Outro dia mesmo, quando esqueci a minha redinha,
e tentei segurar uma borboleta com a minha mente,
ao chegar em casa constatei atordoado,
que uma asa havia se perdido no caminho.
É muito difícil substituir uma asa perdida...
Por isso existem muitas borboletas voando torto.
Eu nunca caço borboletas para mim mesmo;
eu caço borboletas porque amo a beleza...
E também porque amo presentear.
A beleza é sempre mais bela quando dividida.
As borboletas não conseguem viver em locais fechados,
por isso eu nunca as guardo na minha casa,
e peço aos meus amigos que, se também as acharem bonitas,
que lhe saquem uma foto e as libertem novamente...
É muito triste uma borboleta empalhada; esquecida numa
gaveta escura.
Eu caço borboletas, não para possuí-las,
mas para colorir um pouco as vidas dos meus irmãos,
que se acostumaram às mariposas da noite.
As borboletas não nascem para o mundo tridimensional,
onde vivem egos apressados - sem olhos para a beleza.
Elas nascem para dimensões superiores,
onde o abstrato não se esconde aos olhos da alma.
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.
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