Lembrando o Mestre três vezes
sábio - Hermes Trimegistos - iniciemos este artigo do universal para o
particular: “Espírito é a forma mais sutil de matéria e matéria é a forma mais
densa de Espírito. Tudo é vivo no Universo. Tudo é Deus em manifestação”, eis o
que nos ensina a Gnose desde que o homem começou a pensar.
Se tudo é Deus, tudo é sagrado.
Como então menosprezar a matéria, usando-a de forma errada e utilitarista, com
desperdícios e sem gratidão à vida que nos é ofertada pelos reinos mineral,
vegetal e animal? O planeta não foi feito apenas para o usufruto do homem, mas
para a evolução de sete reinos, sendo três deles inferiores e três superiores.
O homem é sim o reino mais evoluído dos quatro reinos físicos, mas isto não lhe
dá o direito de tiranizar os reinos “inferiores”, assim como os reinos
“superiores” - muito mais poderosos - não tiranizam o reino humano, ao
contrário, se sacrificam por ele assim como pelos outros três.
O homem hoje vive de forma tão
egoísta e materialista, que até os mais pobres ajuntam uma quantidade excessiva
de matéria em suas casas. É absolutamente incrível como os barracos de qualquer
favela da periferia são abarrotados com tranqueiras (miudezas das lojas de R$
1,99 ou lixo descartado pelos mais ricos). Também as casas dos mais afortunados,
geralmente com um gosto um pouco mais apurado, estão abarrotadas com
“tranqueiras” ou excesso de objetos, guardados em quartos escuros ou relegados aos
cantos menos nobres da casa, em quase total esquecimento, não fosse a atenção
mensal da empregada.
Existe uma grande lei que
controla todas as vidas que evoluem no nosso planeta: A Lei da Necessidade.
Esta Lei diz que nada deve faltar à alma que evolui dentro da forma. É a quebra
desta lei pelo homem, devido ao livre arbítrio (tolerado por certos períodos de
tempo - aeons), que causa a miséria que abruma não só o reino humano, como
também os reinos inferiores. O excesso de poucos é a causa da falta de muitos.
Mas, ai daqueles que assim violentam a natureza: “Nem um fio de cabelo cai da
cabeça do homem sem ser notado por Deus”. Carma anota todas as boas e más ações
do homem, e cada desperdício é uma dívida anotada em letras de forma, a ser
cobrada nesta mesma ou em futuras encarnações.
Como dito em vários outros
artigos anteriores, a pobreza e a riqueza são professores do homem, e todo
homem já foi, ou será, um rei ou um mendigo nos milhares de vidas necessárias à
evolução, antes da libertação deste mundo e a volta à Casa do Pai. Usufruir dos
presentes que a vida nos dá é bom e correto, mas o desperdício é um tapa na
cara da Deusa Fortuna. Como ensinado por Jesus na parábola dos talentos, tanto
o homem que multiplicou o talento a ele dado, quanto àquele que o perdeu foram
recompensados; apenas aquele que desperdiçou a oportunidade, enterrando o
talento, por medo de perdê-lo, foi punido.
Até as primeiras dezenas do
século passado viviam e trabalhavam juntos, encarnados, na região da Cachemira,
entre a Índia e o Paquistão, três Mestres da Sabedoria: Mestre Mórya, Mestre Kuthummi
e Mestre Djawall Khul – O Tibetano. O primeiro, um príncipe Rajput, vivia em um
castelo cercado de dezenas de criados. O segundo, um nobre indiano, vivia em
uma imensa casa, com vários cômodos, nos quais recebia os mais nobres e os mais
humildes habitantes do seu condado. O terceiro, o Mestre Tibetano, vivia em uma
humilde cabana construída pelas próprias mãos. Aqueles que alcançaram a
Maestria estão acima da riqueza e da pobreza, usando os bens materiais apenas
para o serviço. Embora morassem em muito diferentes habitações, os três tinham
uma coisa em comum: jamais desperdiçavam uma moeda de ouro ou um humilde pedaço
de pão.
Sorria! – O Sorriso iguala as
pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário