São três os motivos que me
intimaram a escrever este artigo: O primeiro são as angustiantes notícias de
violências contra a mulher, as quais somos obrigados a assistir todos os dias
nos nossos noticiários. O segundo é um livro da jornalista chinesa Xinran, “As
boas mulheres da China”, que estou lendo. E o terceiro foi o significativo
gesto (pela enésima vez nestes últimos anos) de uma mulher, que mudou-se para a
calçada do outro lado da rua ao ver-me aproximando-me em sentido contrário (as
ruas estão geralmente desertas nos meus horários matinais de caminhada) – fato
que era apenas símbolo de coisas mais profundas.
Sei que este assunto vai
incomodar muitos homens, principalmente aqueles cegos por um machismo atávico
(o qual muito lentamente se esvai com a evolução), o que infelizmente ainda
continua sendo um grande infortúnio para a maioria das mulheres desta nossa
injusta humanidade. Sei também que vou generalizar, pois existem muitos homens
sensatos, internamente bem orientados e justos, que escutam também o seu lado
feminino (lado este presente em todo homem, mas infelizmente atrofiado por uma
cultura machista chauvinista), que os protegem das injustiças cometidas pela
maioria dos homens.
Não é só nas nações atrasadas do
terceiro mundo que este mal mostra a sua cara, nem tampouco nas classes mais
pobres e incultas das nações mais desenvolvidas; esta monstruosidade, que chega
ao feminicídio, ataca a sociedade em todos os seus níveis. Embora o machismo
mostre a sua cara abertamente no homem mais atrasado, ele também não consegue
se esconder por muito tempo na hipocrisia do homem mais culto e “evoluído”, que
tem a sua esposa como uma empregada de luxo e usa as mulheres como meros objetos.
O altamente desenvolvido e mais “evoluído” ocidente, com os seus movimentados
bares cheios de “Go Go girls” e seus humilhantes e degenerados filmes
pornográficos, (vícios infelizmente repassados a muitas mulheres, que acham que
para se igualarem aos homens têm que compartilhar dos seus defeitos), com
salários desiguais entre os gêneros, assim como outros benefícios e privilégios
ao gênero masculino, não tem o direito de acusar o oriente - pelo menos enquanto
não vencer o seu camuflado preconceito contra as mulheres. O fato de muitos
homens tratarem bem suas mulheres (coisa que deveria ser uma normalidade, não
só com as mulheres, mas com todas as outras vidas da natureza) não os tira do
dever de tratá-las com igualdade.
Enquanto as mulheres não
confiarem nos homens, a insegurança as fará constantemente mudar o lado da
calçada... Enquanto o medo, seja da violência física, da violência emocional,
da insegurança econômica (tão inescrupulosamente usada pelo homem fraco) e
tantos outros, estiver presente em um relacionamento entre homens e mulheres, o
verdadeiro amor não poderá nascer; e mesmo que já tenha nascido, não conseguirá
sobreviver. Quantos relacionamentos estão mortos, porém não desfeitos, por
causa do medo, meu Deus? Quantos relacionamentos, que agonizam em direção a
triste fim, poderiam ser salvos apenas com um sincero pedido de perdão e a
firme intenção de aceitar a companheira como igual? Vaidades, vaidades, nada
além de vaidades...
Eis uma verdade que a maioria dos
homens e das mulheres ainda não sabe: A alma é andrógina. Embora ela possa ter
um corpo masculino nesta vida, em outras vidas ela já possuiu um corpo feminino
e certamente os terá novamente em futuras encarnações. A longa aprendizagem de
uma alma às vezes necessita da energia masculina e outras vezes da feminina.
Finalmente, se é uma verdade que
Deus é masculino e feminino, como Ele poderia aceitar menos do que a igualdade
entre menino e menina?
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas.
Falou e disse. 🙌🙏
ResponderExcluirCorretíssimo, eu fui vítima de violência doméstica por longos 35 anos, mas o medo e as ameaças me coibiam de qualquer atitude. E as queixas policiais eram tratadas com descaso e intolerância. Por quem? Os machistas delegados. Mas lutei e me libertei. Graças a Deus e aos ensinamentos do meu amado MESTRE SRIYOGANANDA.
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