Um dos maiores axiomas da
espiritualidade é o fato da natureza sempre buscar o equilíbrio entre os pares
de opostos. Sempre que o homem tenta desequilibrar algum destes opostos –
achando que está se beneficiando com isto – a natureza trata de retorná-lo -
geralmente com algum sofrimento - ao ponto de equilíbrio. Tomemos por exemplo a
dualidade alegria-tristeza, uma das maiores motivadoras da evolução humana. O
homem, ingenuamente, tenta evitar a todo custo, inclusive com drogas e medicamentos,
os momentos de tristeza, achando que disto depende a conquista da felicidade.
Ele, ao contrário do que possam pretender ou desejar muitos, não nasceu para
ser sempre alegre e muito menos triste – meras oscilações temporárias do seu
corpo emocional. O homem nasceu para experimentar, agir, escolher, errar,
acertar, aprender e assim evoluir. E como evoluir escolhendo e valorizando
apenas os momentos felizes (que sem dúvida contêm seus ensinamentos), renegando
os preciosos ensinamentos que nos provêm os momentos tristes? É fundamental ao
homem permanecer lúcido, atento, valorizando todos os momentos da vida -
alegres ou tristes - pois cada um deles possui a sua própria riqueza em
ensinamento. O segredo do sucesso está na aceitação, com humildade e resignação,
de qualquer experiência que a vida nos traga.
O homem precisa deixar de viver
como se a constante felicidade fosse uma obrigação; que tudo é válido na busca
desta frágil e fugidia musa; e que a sua irmã – a melancolia – é um mal a ser
sempre evitado. Como a luz poderia ser reconhecida e valorizada se não fossem
as sombras? Se porventura existisse um céu de eterna felicidade, ele certamente
só poderia ser um fastio para o espírito, o qual está sempre em evolução e com
sede de experiência.
É verdade que o mundo hoje vive
um período de turbulência e caos, inerente a todo final de ciclo (a era de
Peixes atualmente cede sua vez à era de Aquário), onde o sofrimento pesa mais
um dos pratos da balança, fazendo a humanidade purgar terrivelmente sob as
consequências de graves erros do passado. Mas é preciso lembrar sempre, que o
equilíbrio é uma das leis da natureza e tremendas forças já estão mobilizadas
para restaurar o equilíbrio da balança. Nunca antes a Hierarquia Espiritual da
Terra esteve tão acerca, tão mobilizada e ativa, quanto nestes momentos tão
difíceis. A Divina Misericórdia jamais deixa de escutar os gemidos e lamentos
da Sua criação mor – A Humanidade.
Embora grande parte da tristeza
humana seja inevitável, choca a facilidade com que muitos homens e mulheres,
jovens e adultos e até mesmo crianças desta atual geração (a mais rica em
recursos intelectuais e materiais de todos os tempos), sucumbem a pequenos
dissabores e contrariedades (chegando até mesmo à depressão), que não afetariam
o mínimo às gerações passadas, bem menos afortunadas, que devido uma luta bem
mais árdua pela vida, não tinham tempo a perder em miudezas e mesquinharias,
que afetam de forma tão dramática a vida do homem moderno. Momentos de tristeza
são muito normais na vida de qualquer ser humano (e até mesmo na vida dos
animais, os quais também possuem corpos astrais-emocionais). É preciso lembrar
sempre, que todos os corpos dos homens, físicos e sutis, fazem parte do corpo
desta imensa entidade - a humanidade - e que a divina lei do Carma nos obriga a
dividir com nossos irmãos todas nossas tristezas e alegrias, fazendo com que
até os melhores tenham que assumir a sua parte no sofrimento humano: Nenhum
homem vive apenas para si mesmo. Óbvio é dizer que a depressão - o grande
flagelo atual da humanidade - que se caracteriza pela tristeza profunda, não é
uma coisa normal, mas sim uma doença, que deve ser combatida com medicamentos e
com toda compreensão e amor possíveis.
É a serenidade com que o homem
aceita todos os momentos que a vida lhe traz, sem grande euforia ou desespero,
que o permite alcançar o equilíbrio e conquistar algo muito maior e mais
duradouro do que a sempre efêmera felicidade: A Paz de Espírito.
Sorria! - O Sorriso iguala as pessoas
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