Existe um filme muito famoso
(sugiro àqueles que não o assistiram, que assistam) chamado “A lista de
Schindler”, que conta a vida deste tcheco durante a 2ª Guerra Mundial. A
história é mais ou menos assim: Schindler, na época da 2ª Guerra, era um
industrial, que se enriqueceu prestando serviço ao nazismo de Hitler. Devido
aos seus contatos com a elite dos nazistas, ele pode salvar, através de
suborno, centenas de judeus dos campos de concentração. No começo, ele agia
apenas por um interesse egoísta (ele usava o seu poder e o seu dinheiro na
sedução das belas mulheres judias). Ele ajudava parentes dessas mulheres, as
quais, devido às tremendas dificuldades dos judeus da época, a ele se
entregavam por uma boa refeição ou por outro bem qualquer. No começo, Schindler
ajudava os judeus apenas por interesse, mas no final, por compaixão, ele gastou
toda a sua fortuna salvando da morte muitos judeus, ou seja: A prática do
bem acaba sempre viciando todos aqueles que aprendem a agir por compaixão!
A primeira coisa a se saber sobre
o verdadeiro serviço é que é a Alma que serve não o ego. No verdadeiro serviço,
o ego apenas se abre à vontade da Alma. O homem precisa descobrir o prazer
de servir inegoísticamente. A grande maioria das pessoas age apenas
em benefício próprio ou por vaidade, objetivando o reconhecimento dos outros,
enquanto o que verdadeiramente importa é o reconhecimento do seu Eu Superior –
o seu Deus Imanente. O prêmio de quem assim serve é uma paz duradoura, não uma
felicidade efêmera.
O serviço não deveria ser apenas
tarefas, maiores ou menores, realizadas de vez em quando, em benefício do outro
ou do todo. O verdadeiro serviço é uma atitude da Alma, sempre atenta no dia a
dia, realizado através da prontidão do ego, que nada mais almeja do que
realizar a vontade do seu Deus Interior.
São dois os maiores serviços que
um homem pode prestar ao mundo: O primeiro é desvelar o seu Deus Interno; e o
segundo, completamente dependente do primeiro, é ajudar o seu irmão a fazer o
mesmo. “Como podes dizer a teu irmão: deixa-me tirar o cisco do teu olho,
quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” – Bíblia Sagrada. Apenas o Deus
Imanente em cada um – a sua própria Alma – é capaz de saber o que é o melhor
para o outro, sem interferir no Carma ou no livre arbítrio de cada um.
Na verdade, todos podem, e devem,
servir: mesmo aqueles com algum obstáculo ou com alguma deficiência, como um
cego, um paralítico, um pobre, um analfabeto, ou qualquer outro ser humano.
Qualquer um desses é capaz de, no mínimo, fazer uma prece e ter a chance de tê-la
atendida (se for considerada boa e justa pelo Pai), por mais singela que ela
seja, pois Deus sempre valoriza as boas intenções, não as belas palavras. Ah,
se as pessoas soubessem da força contida em uma prece sincera!
Ah, meu irmão! Porque tanta
preocupação contigo mesmo, enquanto os teus outros eus gemem ao teu lado? Se a
tua fé diz que Deus não é uma irrealidade ou uma abstração metafisica sem
sentido, responda-me com sinceridade: Que outra forma de servi-Lo existe então,
a não ser servindo-O na Sua criação? “Eu não Me comprazo com sacrifícios ou mortificações,
nem com aqueles que, com semblantes contristados, batem no peito gritando meu
Pai, meu Pai! Eu me regozijo com aqueles que verdadeiramente amam e que cumprem
as minhas leis.” – Bíblia Sagrada. Lembremos sempre, que não apenas o reino
humano é amado pelo Pai, mas também todos os outros reinos da natureza. Deus
está presente em toda a sua criação, desde um humilde átomo da química moderna
a um magnífico átomo Cósmico – um Sol. Como afirma o sagrado Bhagavad Gita – a Canção
do Senhor: “Depois de permear tudo que existe com uma partícula de Mim Mesmo,
Eu Permaneço”.
Vive verdadeiramente, quem
verdadeiramente serve!
Sorria! – O Sorriso iguala as
pessoas.
"Serviço é o VIÇO do SER" - Roberto Crema
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