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SOBRE A FELICIDADE

Tu que buscas com tanto afinco a felicidade, escuta o que eu tenho a te dizer. Este pássaro que voa tão alto, e que as vezes pousa no teu ...

sábado, 14 de setembro de 2024

HOJE EU TE VI...

 

 

Hoje eu te vi, Pai! Ao abrir a porta de casa, abraçaste-me com força na energia pungente do meu jardim,

Envolveste-me na simplicidade do gramado, na exuberância dos ciprestes e na beleza dos vasos...

Todo homem deveria ter em casa um jardim ou, no mínimo, algum vaso para cuidar com amor e carinho

Pois, toda planta cuidada com amor e carinho, não só emana boas energias, mas destila calma e paz...  

 

Hoje eu te vi, Pai! Cumprimentaste-me com alegria no rabinho agitado de um cãozinho de rua,

Quanta doçura e dor no olhar de um irmãozinho abandonado, em busca da compaixão do homem...

Quando o reino humano assumirá a sua responsabilidade como irmão mais velho do reino vegetal?

Quando o reino humano assumirá a sua responsabilidade como irmão mais velho do reino animal?

 

Hoje eu te vi, Pai! Sorrias para mim em um grande outdoor, na avenida perto de casa,

Irradiavas, magnífico, no sorriso iluminado de uma menininha com a vasta cabeleira solta no espaço...

Será que existe coisa mais linda e mais pura do que o sorriso de uma criança, meu Deus?

No entanto... ai! Quantos sorrisos desperdiçados por falta de atenção, nas pressas da vida...

 

Hoje eu te vi, Pai! Tiraste-me das minhas cotidianas reflexões, com um sincero e sonoro “Bom Dia!”

Ah, Zé Vitor! Irmãozinho tão amado, um dos pequeninos do Cristo, se soubesses o bem que me fazes,

Quando olhas para mim com os teus olhos de Jesus, com um sorriso tímido destilando humildade

Quando o reino humano assumirá a sua responsabilidade com o reino humano, meu Deus?

 

Hoje eu te vi, Pai! No silêncio das minhas meditações matinais, insinuando-Se de dentro, não de fora,

Um toque no ouvido esquerdo... um toque no ouvido direito... um calor no peito... um sorriso sem rosto... 

Aquietei-me em mim; concentrei-me em Ti; meditei e, por um instante fugaz, contemplei a Tua Presença

Quando o homem acordará para o seu Dharma e passará a amar Deus na planta, no animal e no seu semelhante?

 

Hoje eu te vi, Pai! E, os meus olhos nunca mais se fecharão para Ti – na planta, no animal e no homem

 

 

Sorria! – O Sorriso iguala as pessoas 



sábado, 7 de setembro de 2024

ZÉ VITOR

 


O problema maior do homem é que ele não sofre apenas por coisas que ele realmente deveria sofrer, mas sofre também, muito desnecessariamente, por coisas pelas quais não deveria sofrer. O poder de imaginação do homem é um dom muito benéfico, mas muitas vezes é muito mal-usado, como, por exemplo, na criação de ilusões e erros maiores ou menores, além de coisas completamente fora da realidade. Muita energia é assim desperdiçada, sem trazer benefício algum. Vejamos um bom exemplo disso:

Hoje, no meio da minha cotidiana caminhada matinal, eu encontrei o Zé Vitor (descobri hoje o seu nome). Ele vinha empurrando, ladeira acima, o seu carrinho de mão cheio de lixo reciclável. Ao vê-lo parado no meio da subida – para descansar um pouco e tomar um fôlego – acelerei o passo para encontrá-lo e assim ajudá-lo no resto da ladeira. Neste espaço de tempo – antes de chegar junto a ele – vinha pensando em como devia ser difícil a sua vida, como o mundo era injusto, etc. etc.

Ao parear-me com ele, perguntei-lhe se aceitaria uma ajuda para chegar ao fim da penosa subida. Ele sorrindo, olhando-me nos olhos, disse-me que já estava acostumado e que não precisava de ajuda; que todos os dias ele fazia o mesmo percurso, para entregar a sua mercadoria no depósito de lixo reciclável do bairro e ganhar o seu muito suado dinheirinho. Como eu insisti muito, ele permitiu-me a ajuda.

Acontece que, ao iniciarmos a nossa caminhada, surgiu uma boa prosa. Por isso, percorremos juntos um trecho mais longo do caminho, dividindo o peso do carrinho, o que permitiu-me saber um pouco mais da vida deste “pobre e miserável” irmão; assim pensava eu... Na verdade, a pobreza é coisa de Deus, pois ela traz muitos ensinamentos, assim como a riqueza, mas a miséria e coisa dos homens: Como vamos ver mais adiante, a miséria anterior do Zé Vitor era uma má opção feita por ele mesmo. Seguimos caminhando e o Zé Vitor foi, aos poucos, abrindo o seu coração e me contando um pouco da sua vida, de como amava o seu carrinho e de como este “burrinho de madeira” tinha salvado a sua vida.

Disse-me ele, que há uns vinte anos atrás a sua vida era muito diferente. Contou-me que era um alcoólatra, que batia muito na esposa e nos filhos, que gastava quase tudo que ganhava com os seus “bicos” em bebida, que era muito infeliz e que também fazia muito infeliz a sua família.

Contou-me que um dia, quando estava prostrado à porta do barraco, curtindo uma tremenda ressaca, um vizinho da rua de cima o abordou e lhe propôs a doação de um velho carrinho de madeira reserva (o carrinho atual, várias vezes reformado), que possuía no quintal da sua casa. Contou-lhe que dava para tirar um “bom dinheirinho” catando lixo reciclável e vendê-lo no depósito perto de casa. Como já estava cansado demais da sua vida infeliz, resolveu aproveitar a oportunidade que a vida lhe oferecia.

Resumindo: após estes poucos mais de vinte anos empurrando o seu carrinho, ele conseguiu criar os filhos, melhorar a sua vida e a da sua mulher e se acha um privilegiado por ter uma vida tão boa. Que se não fosse a caridade e a preocupação do seu vizinho e a ajuda de Deus... e do carrinho, ele provavelmente já estaria morto e a sua família espalhada pelas ruas, assim como tantas neste nosso “mundão de Deus”. Ah, e ele ainda me disse, que por causa do exercício diário, empurrando o carrinho, ele hoje é mais forte e mais saudável do que era há vinte anos, quando vivia “garrado na maldita pinga”, sempre se sentindo fraco, por não dormir e nem se alimentar direito.

Nós, erradamente, julgamos os outros e as situações em que foram colocados pelo Carma, de acordo com a nossa próprio opinião, com o nosso parco discernimento e as nossas próprias vivências, achando que o que é bom e correto para nós, também o será para o outro; assim como aquilo que é ruim e negativo para nós, certamente também o será para o outro. Com os poucos subsídios e informações que temos, julgamos os outros de acordo com aquilo que imaginamos deles, o que na maioria das vezes estará errado, pois cada um tem o seu Dharma (objetivos da Alma para cada determinada encarnação) e procura cumpri-lo da melhor forma possível, não da forma ideal, devido aos seus próprios erros, falhas e idiossincrasias – limitações de todos os seres humanos, ainda imperfeitos e em evolução.

Imaginemos menos e amemos mais, confiando sempre na Justiça e no Amor do nosso Paizão Maior.

 

Sorria! – O Sorriso iguala as pessoas.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

PENSAMENTOS SOLTOS 143

 


“Cuidado com as vossas expectativas! Trabalhemos por amor ao trabalho, não por amor ao sucesso... Muitas vezes é no fracasso que se esconde o ensinamento que precisamos. Ajamos da melhor forma que nos é possível e sempre, sempre, com amor... pois o amor sempre traz no seu bojo o remédio para possíveis erros. A nuvem emocional ou mental causada por nossa expectativa, muitas vezes encobrem a luz do nosso Sol Interior.”

“O maior problema da nossa atual educação é o fato de sermos sempre educados para vencer. É a competição, não a colaboração, que é mais incentivada nas múltiplas escolas da vida, o que faz com que as crianças, os jovens e, principalmente os adultos, pensem mais em si mesmo do que nos outros. Quando assim agimos é o nosso ego, não a nossa Alma, que se manifesta: Uma Alma sempre pensa primeiro no grupo, antes de pensar em Si mesma.”  

“Tudo na vida possui as suas limitações. Um rio só é um rio, quando corre entre as suas duas margens. Fora delas já não é mais um rio, é inundação.... com todas as suas consequências. É contida no vaso da humildade que o homem deve carregar as suas águas.”  

“O verdadeiro Guru não traz você até Ele: leva você até Você mesmo.” – Ouvido em algum lugar.”

“Muitos Gurus lhe dirão para acreditar com o coração deixando cega a razão. Meu Guru me disse: “Abra os olhos para a luz da sua razão, que eu lhe abrirei os olhos da sabedoria.” – Yogananda.

“Existe um descompasso entre o que o homem quer da vida e o que a Vida quer do homem.  É a Vida (a Mônada ou o Deus Imanente) que usa a Alma para experenciar os mundos espirituais – abaixo do plano divino – e o ego para experenciar os mundos materiais – abaixo dos planos espirituais. O homem real é o tríplice Homem Total – Mônada, Alma e ego – não apenas o ser composto dos bem conhecidos corpos materiais: os corpos físico, astral-emocional e mental, ou seja, o ego. E, lembremos sempre, uma Alma jamais se aposenta! É o ego que se acha no direito de se “aposentar”, depois de algumas dezenas de anos de trabalho, quando o corpo físico se sente cansado ou desgastado pela passagem do tempo. Mas, na verdade, o corpo emocional tende a ficar mais experiente e o corpo mental mais sábio com a passagem do tempo e, por isso, mais úteis aos objetivos da Alma.

“Tanto a pobreza quanto a riqueza são coisas de Deus, pois existem muitos ensinamentos nas duas situações. Já, tanto a miséria quanto a excessiva riqueza são coisas dos homens. A primeira leva a indizível sofrimento e a segunda leva ao fastio: duas desgraças a atrapalhar a evolução do homem.”

“Pai, Paizinho amado! Ajuda-me a crescer o suficiente, para que o Seu amor possa fluir através de mim, em benefício de todos que eu encontre no meu caminho.”

“Seguindo o ensinamento do Bhuda, escolhamos o caminho do meio, de onde possamos enxergar o que está à nossa direita e o que está à nossa esquerda. Procuremos controlar nossas expectativas: Que elas não sejam tão grandes, que não possamos alcançá-las, mas que também não sejam tão pequenas, que não nos motive o suficiente para conquistá-las. O importante é procurarmos cumprir o nosso Dharma – os objetivos da nossa Alma para esta determinada encarnação. Como sabem todos esoteristas, a vida do ego é apenas um dia na vida da Alma.”

 

Sorria! – O Sorriso iguala as pessoas.