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SOBRE A FELICIDADE

Tu que buscas com tanto afinco a felicidade, escuta o que eu tenho a te dizer. Este pássaro que voa tão alto, e que as vezes pousa no teu ...

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ANO NOVO



Sim! O ano novo é um período de promessas, mas muito mais do que isso, é um período de lembranças e esquecimentos. Lembranças e esquecimentos são verdades reais já dramatizadas pela alma no teatro da vida, enquanto promessas, apesar de importantes, são ainda sonhos a serem tornados realidades... ou quimeras a serem esquecidas nos lotados porões das frustrações humanas.

O homem é um reflexo distorcido de Deus, que se reconstrói a cada dia, e as lembranças e os esquecimentos são as matérias usadas na construção de uma imagem cada vez mais fiel ao seu protótipo no céu. Por isso, meu irmão, cada ato de amor, beleza e bondade do ego são tesouros sempre perpetuados na lembrança da alma, e cada ato de ódio, feiura e maldade - depois de devidamente transmutados pelo perdão da alma - são perpetuamente por ela esquecidos. Promessas são importantes, mas lembrança, esquecimento e, principalmente, o perdão são fundamentais. Sem eles o homem não pode se “desconstruir” e depois limpar o terreno para que o novo não seja construído sobre instáveis monturos de lixo.

Lembre-se sempre, meu irmão, que a vontade é a água que rega a roseira das promessas, mas que é a esperança o sol que lhe dá vida e, antes de tudo, humildade... pois como prometer a futura rosa, ignorando tempestades que não se podem controlar?

Confiança e fé meu irmão! O pecado do ateu não é não acreditar em Deus: é não acreditar em si mesmo. Como acreditar que todas as lutas do homem, concretas e abstratas, se desfazem em pó como o corpo de barro que momentaneamente habita? Gritam as velhas escrituras do mundo: Sois Deuses! Como não acreditar em nada além da matéria, ou acreditar apenas em um deus onipotente, iracundo e ciumento, fora de si mesmo, vendo a grandiosidade do Universo? Grita o bom senso: Se acredito em evolução, como posso não acreditar na preservação da memória após a morte do corpo físico? Onde preservar a semente da experiência? Como forjar o elo entre o passado e o futuro? Não seria a Vida, Deus, ou qualquer outro nome que queiram dar a esta incompreensível Realidade Transcendente, também uma Realidade Imanente em tudo que existe? Como nos diz o Bhagavad Gita (A Canção do Senhor): “Depois de permear tudo com uma partícula de Mim Mesmo – Eu Permaneço”.

Eis aqui para você, meu irmão, os meus votos para este ano que se aproxima: Que todo ato de amor e bondade que cometeste neste ano que passou seja uma pequena luz cada vez que tiver de caminhar no escuro. Que cada dor ou sofrimento que sofreste nestes anos passados sejam um luminoso letreiro a guiar-te em meio aos perigos da jornada. Que cada promessa feita no vestíbulo do coração iluminado pela mente, se realize. Que todos os erros cometidos por outros contra você e todos os erros cometidos por você contra outros, depois de serem conscientizados pela mente - e absorvida toda aprendizagem que eles possam trazer - sejam definitivamente esquecidos pelo perdão, que transmuta todo erro e todo lixo em alimento para o crescimento da alma. Que você possa “descontruir-se” de todo tipo de preconceitos de raça, de gênero ou de religião, abrindo assim espaço para o novo. Que neste ano os seus olhos possam ser definitivamente abertos para o Todo, e que passe a enxergar o outro como uma parte de si mesmo. E, finalmente, que o amor possa ser sempre a energia que o guie e proteja durante a nova aventura que desponta neste ano de 2020, para o engrandecimento da sua alma.


FELIZ ANO NOVO!

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